Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Outro ano? por Gabriel Novis Neves

23 de jan. de 2015

Outro ano? por Gabriel Novis Neves


Outro ano? 
A ilusão terminou no dia 31 de dezembro. Tudo continua como dantes. 
Até os festejos do emblemático último dia do ano, de acordo com o nosso calendário gregoriano, são cópias autênticas às dos anos anteriores. 
Queima de fogos com cronometragem para avaliar o Estado que mais torra dinheiro nessa noite. O recorde é comemorado, no “bom sentido”. 
Esses não conhecem a “arte de viver consigo próprio ignorando o aborrecimento”. 
Quanta irresponsabilidade social entrar um novo ano queimando fogos, sabendo que milhares de pessoas não têm o que comer e vestir, brindar e, muito menos, uma casa para morar! E muitos estão sozinhos. 
Em algumas pessoas ainda resta a esperança, o mais nobre dos sentimentos. 
Como bem nos ensina o professor Mário Sérgio Cortella, esperança é do verbo esperançar, que significa avançar. A outra é estática, a de não mudar nada, a de permanecer numa zona suposta de conforto. O pior é quando, ainda em vida, as pessoas a perde. 
Há pessoas também que, por crenças religiosas, depositam todas as suas esperanças no grande mistério de variados planos espirituais. 
As superstições povoam essas festas com procura de rituais nas praias com oferendas lançadas ao mar. 
Batuques africanos chamando nossos guias protetores. 
Branco é a cor predileta, sendo o amarelo muito lembrado pelos fãs do sucesso material. Outras cores são também lembradas, de acordo com o momento em que vivemos. 
A lista de “obrigações” a serem cumpridas é extensa, incluindo tipo de alimentos, locais das comemorações - de preferência em ambientes abertos e altos - tudo com muita alegria, seja espontânea ou química, com músicas animadas, que sempre são a de velhos carnavais. 
Nada de diferente, e falta de criatividade, que nos faça reconhecer o novo. As mesmas mazelas e misérias agravadas nos esperam. 
As últimas notícias do ano que findou prometem grandes momentos de instabilidade política e social. 
“Felizes daqueles cujo conhecimento é livre de ilusões e superstições”. Buda. 

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